Você já se pegou pensando que não consegue aprender algo novo porque "já passou da idade"? Ou que sua capacidade de concentração e memorização é limitada e imutável? Prepare-se para descobrir que essas crenças estão completamente equivocadas.
A neuroplasticidade — a capacidade do cérebro de se transformar e se moldar — é uma das descobertas mais revolucionárias da neurociência moderna. E o melhor: ela funciona em qualquer idade, desde que você saiba como ativá-la corretamente.
Neste artigo, você vai descobrir como funciona a neuroplasticidade, por que ela é essencial para quem estuda para concursos públicos e como aplicar esse conhecimento para se tornar mais inteligente e eficiente nos estudos.
A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de modificar sua própria estrutura. Isso mesmo: seu cérebro não é um órgão fixo e imutável. Ele pode — e deve — se transformar constantemente.
A cada atividade realizada, o cérebro muda sua estrutura. Às vezes de forma drástica, outras de maneira sutil e quase imperceptível. O processo funciona assim:
Sim, e muito bem! Embora crianças tenham o cérebro em desenvolvimento acelerado, adultos também podem ativar a neuroplasticidade em qualquer idade. A diferença é que é preciso fazer da forma correta e com consistência.
O cérebro que você tem hoje é reflexo da vida que você teve ontem. Mas o cérebro que você terá amanhã pode ser reflexo da vida que você terá a partir de hoje.
Aqui está o ponto crucial que muitos ignoram: a neuroplasticidade funciona tanto para o bem quanto para o mal.
Quando você expõe seu cérebro a:
Seu cérebro se molda para se tornar mais disciplinado, focado e eficiente no aprendizado.
Por outro lado, se você expõe seu cérebro diariamente a:
Seu cérebro se adapta a esse padrão, tornando cada vez mais difícil manter o foco em atividades que exigem concentração prolongada — como estudar.
A melhor forma de ativar a neuroplasticidade a seu favor é através de estímulos variados e consistentes.
Estudos com ratos demonstraram algo fascinante: quando colocados em ambientes mais estimulantes — com brinquedos, rodas para correr, diferentes odores e comidas — os animais desenvolveram:
E nós, humanos? O princípio é o mesmo. Se vivemos fechados em um ambiente monótono, sem livros, sem aprendizados novos, sem desafios, nosso cérebro não tem motivo para se expandir.
Evolutivamente falando, somos feitos para guardar energia, não desperdiçá-la. Se o cérebro entende que o nível atual de inteligência é suficiente para o dia a dia, não há motivação para crescer. Mas quando você começa a fornecer estímulos constantes, ele entende: "Preciso melhorar, preciso crescer, porque precisam de mim!"
Atenção: Não confunda estímulo saudável com hiperestímulo digital!
Estímulo saudável inclui:
Hiperestímulo prejudicial:
Quando você se entrega ao hiperestímulo digital, molda seu cérebro para ser viciado em um nível de estímulo tão alto que estudar parece "ridiculamente tedioso". Resultado? Incapacidade de prestar atenção.
Para concursos públicos, o conhecimento precisa estar fixado na memória de longo prazo. Estudar na véspera simplesmente não funciona quando você precisa dominar 8, 10, 15 ou até 18 matérias.
Um estudo revolucionário acompanhou cegos adultos aprendendo braille por um ano inteiro. O protocolo era:
Mapas de sexta-feira (curto prazo):
Mapas de segunda-feira (longo prazo):
O padrão era: sobe, sobe, sobe durante a semana (sexta-feira), cai no fim de semana, segunda-feira recomeça um pouco acima do ponto anterior. E assim sucessivamente.
Após seis meses de estímulo consistente, o cérebro adulto se transformou significativamente. Isso nos ensina que:
✅ Mudanças duradouras exigem tempo e sustentação de esforço ✅ Não adianta estudar uma matéria intensivamente e depois abandoná-la ✅ É preciso distribuir todas as matérias de forma gradual ✅ Começar com 4-6 matérias e aumentar progressivamente ✅ O conhecimento precisa ser sedimentado ao longo do tempo
Não adianta estudar uma matéria inteira em quatro semanas e partir para outra — não dá tempo do circuito neural se formar. Tem que ser gradual.
Quando um neurônio é mais treinado e estimulado, ele pode:
A equação é simples: mais estímulos + mais treino = maior inteligência
Embora o sistema de ensino do século XIX tenha muitas críticas (e justas!), um aspecto positivo era a variedade de estímulos cerebrais que oferecia.
Qual é a melhor coisa para treinar sua atenção que você pode começar ainda hoje?
Quando você se senta com papel e lápis para desenhar, desenvolve:
Isso treina diretamente sua capacidade de ficar focado estudando — olhando para uma página em branco com palavrinhas pretas.
Uma criança (ou adulto!) exposta a estímulos diversos — aulas de música, esportes, desenho, colorir — desenvolve muito mais capacidade de concentração do que alguém que passa o dia no celular.
Sim, existem fatores genéticos na inteligência. Algumas pessoas nascem superdotadas. Mas quando falamos de concursos públicos, a realidade é:
Mesmo que você não tenha ganhado na "loteria genética" de nascer como um novo Sheldon Cooper, pode fazer o que precisa ser feito para se tornar melhor.
A neuroplasticidade é democrática: funciona para todos que se dedicam. Sim, há o fator determinístico da genética, mas com a neuroplasticidade, o maravilhoso é que podemos nos tornar inteligentes também.
Barbara é um caso clássico de neuroplasticidade na prática. Ela:
Sua mensagem poderosa: "Se temos uma limitação, não precisamos necessariamente viver com ela."
É claro que há limitações incontornáveis (não estamos aqui vendendo milagres!), mas há muitas outras que tomamos como definitivas quando, na verdade, são plenamente contornáveis.
Às vezes você estuda por uma, duas, três semanas e não vê essa mudança drástica do tipo: "Estou mais inteligente, estou dominando os assuntos!" — e desiste.
Mas você está desistindo antes do seu cérebro ter tido a chance de se transformar!
Não desista após 1, 2 ou 3 semanas sem ver resultados drásticos. Você pode estar desistindo antes do seu cérebro ter tido a oportunidade de se transformar.
Lembre-se do experimento: segunda, terça, quarta, quinta, sexta. Descanso. E novamente. Por meses. A transformação é gradual, mas definitiva.
Não estude uma matéria intensivamente por semanas e depois passe para outra. Não dá tempo do circuito neural se formar adequadamente. Estude todas as matérias de forma distribuída.
Comece com 4 a 6 matérias, depois vá aumentando, mas de forma distribuída para ter tempo de sedimentar aquele conhecimento.
Reduza drasticamente o tempo em redes sociais e vídeos curtos. Seu cérebro agradecerá com mais foco e concentração. Quando falamos de estímulo, não estamos falando desse hiperestímulo das redes sociais — estamos falando de mudanças, coisas diferentes, ter o que pensar, o que aprender, o que experimentar.
Por mais que às vezes você não esteja vendo aquele resultado que gostaria — talvez mais imediato, mais certeiro, mais visível — insista!
Está vindo, está vindo. Essas mudanças duradouras exigem tempo, esforço e dedicação.
A questão não é se seu cérebro vai mudar, mas como ele vai mudar. Todos os dias, você está moldando seu órgão mais importante através das suas escolhas:
Pensar, aprender, agir, tocar um instrumento, comer alguma coisa com muita frequência — tudo pode ativar ou desativar circuitos no nosso cérebro e moldar a forma como ele funciona.
A neuroplasticidade é uma ferramenta poderosa, mas como toda ferramenta, pode ser usada para construir ou destruir. A escolha é sua.
Lembre-se: talvez você não veja mudanças imediatas e visíveis, mas elas estão acontecendo. Insista. Continue. Seu cérebro está se transformando agora mesmo, enquanto você lê este artigo.
É isso que queremos acabar hoje: tirar da nossa cabeça essas crenças limitantes de que "adulto não aprende", de que "passou dos 18, 20 anos, é pouca coisa que você vai conseguir aprender", de que "se você não aprendeu inglês até hoje, nem precisa tentar".
A pergunta é: em que direção você quer que ele se transforme?
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