Você já se pegou enrolando para fazer algo importante? Talvez aquela planilha do trabalho, o exercício físico que prometeu começar ou aquele e-mail que precisa enviar há dias. De repente, você se vê limpando o armário, organizando arquivos antigos ou assistindo vídeos de gatinhos no Instagram. Se isso acontece com você, fique tranquilo, acontece com todo mundo. Neste artigo, vamos explorar como o seu cérebro está te sabotando e entender por que você procrastina.
Para compreender por que procrastinamos, é essencial entender o funcionamento do nosso cérebro. Ele foi projetado para nos manter seguros e confortáveis. Qualquer situação que pareça desagradável, difícil ou que demande esforço cognitivo extra é automaticamente percebida como uma ameaça. Quando isso ocorre, duas áreas do cérebro entram em cena: a amídala cerebral, que processa emoções negativas como ansiedade, medo e estresse, e o córtex pré-frontal, responsável pelo planejamento, autocontrole e tomada de decisões.
O córtex pré-frontal, embora crucial, cansa rapidamente. Ele exige energia, atenção e foco. Quando estamos cansados, ansiosos ou sobrecarregados, ele perde força, e a amídala vence a batalha, decidindo evitar a tarefa. O cérebro prefere manter-se seguro, longe de qualquer desconforto.
Outro fator crucial na procrastinação é a busca por recompensas imediatas. Toda vez que fazemos algo prazeroso, como assistir a um vídeo engraçado, comer um chocolate ou passar tempo nas redes sociais, nosso cérebro libera dopamina, o neurotransmissor do prazer e da motivação. A dopamina é traiçoeira, pois não se importa com projetos importantes ou metas de longo prazo; ela busca apenas o prazer imediato.
Existe ainda um mecanismo curioso chamado desconto hiperbólico. Resumidamente, tendemos a valorizar muito mais as recompensas imediatas do que as futuras. Entre a sensação boa de assistir Netflix agora e o benefício futuro de terminar um trabalho, o cérebro prefere o Netflix, pois o futuro parece distante e incerto, enquanto o prazer do agora é garantido.
A boa notícia é que a neurociência mostra que é possível treinar o cérebro para superar a procrastinação. Uma das estratégias mais eficazes é quebrar tarefas grandes em pequenas etapas. O cérebro teme desafios gigantes, mas pequenas metas liberam dopamina ao serem concluídas, criando um ciclo positivo de motivação.
Outro truque interessante é aproveitar o chamado efeito zigarnic. O cérebro detesta tarefas inacabadas. Assim, começar uma atividade, mesmo que por apenas 5 minutos, já gera um leve incômodo interno que nos motiva a continuar.
Vale também criar recompensas imediatas para tarefas importantes. Associe a conclusão de algo difícil a pequenos prazeres, como tomar um café, ouvir uma música ou fazer uma pausa. Dessa forma, você ensina o cérebro a associar esforço à recompensa.
Por fim, use o time blocking. Separe horários curtos no dia, totalmente livres de distrações, apenas para aquela tarefa. Isso reduz a ansiedade, aumenta a concentração e torna o trabalho menos ameaçador para o cérebro.
A procrastinação não é preguiça, mas um mecanismo natural de autoproteção do cérebro contra o desconforto. A boa notícia é que, assim como um músculo, a disciplina e o autocontrole podem ser treinados. Comece pequeno, engane o seu cérebro e use os atalhos dele a seu favor. Se o cérebro pode te sabotar, ele também pode te ajudar a vencer. A decisão de qual caminho seguir ainda está em suas mãos.
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